sábado, 2 de fevereiro de 2019

















The sun.
We left it there.
But baby I swear I could see
You shining all night long.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Hoje.

Hoje quero gritar, correr, bater, chorar. Passei mais um dia a não viver. Somando-lhe todos os outros iguais começo a resumir-me a um desperdício de espaço e de tempo e de vida. Eu sei, que ocupo um lugar minúsculo entre planetas e galáxias e tudo o que ainda não conheço mas nunca me senti tão pequena como hoje. Acho que estou a desaparecer. Se nada fizermos, nada nos tornamos? 

Eu grito, corro, bato e choro mas não saio daqui. Sufoco com as minhas próprias mãos. Recuso-me a tornar isto num hábito mas habituo-me. Estúpido, não é? Não sou? Terá o medo tanta força que me arraste para longe de tudo o que me fizer sair daqui? A mim, que quero tanto ser do mundo, que me quero dar, voar, sonhar. Mas eu também me escondo, me amarro e fico à espera que a corrente quebre sem a puxar. 

Não. Não é isto. Não sou isto. O meu tamanho não importa, o que importa é a minha vontade de ser muito mais que um corpo. De ser maior que esta casa, que esta terra, que esta bolha em que me fechei e que ando a adiar rebentar. Sim. É agora. Sou agora. Ainda estou viva, é melhor ir viver.

domingo, 27 de janeiro de 2019

I have secrets.




I have secrets

and sometimes
I dance with my demons
and other times
they cut me open and
let me to bleed
for days
so many
I forget that it hurts
and I keep dancing
with them
in a blood dress

oh and the music keeps playing
as I sing along
but they cut me again
and again
until I forget
I have secrets
they know damn well

domingo, 24 de dezembro de 2017

(beij)arte



Beijar-te é como viajar para outra dimensão. Fecho os olhos e vejo galáxias ainda por descobrir. Entre os teus lábios e os meus não sobra espaço, torno-me um pouco de ti e sinto-te um pouco em mim. É o tipo de viagem cujo destino não importa, a beleza está na imprevisibilidade do caminho. Nunca sei para onde me levas mas contigo vou a todo o lado.


Beija-me. Desta vez conduzo eu. 

quarta-feira, 28 de junho de 2017

LOVE BURNS.

Já perdi a conta das vezes que não ficaste. Não sei se por medo ou por falta de vontade. Talvez seja porque é mais fácil fechar a porta e fugir da confusão da vida para a confusão do quarto. Foges-me à velocidade que o cigarro queima entre os teus dedos. Como fazer-te ficar quando não tenho isqueiro que te acenda, nem sou droga que te vicie? Como não querer que fiques quando sou dependente do teu abraço e ressaco na tua ausência? Ainda tenho tantos segredos para te contar mas acho que nunca vais chegar a saber das alucinações que os teus olhos postos em mim me causam. O desejo ilícito de te ter e todos os efeitos secundários do teu beijo, são a obsessão mais prejudicial que conheço. Não te peço para ficares mas espero que saibas que o que mais quero é que fiques. Já perdi a conta das vezes que não o fiz. Não sei se por medo mas sei que não por falta de vontade. Talvez seja porque me habituei a manter a porta aberta e a deixar fugir quem não sabe se quer ficar. Fumo um cigarro mas és tu que ardes em mim. É o tabaco que mata mas és tu que me deixas assim.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

(Des)encontros.

Quantas vezes na imensidão da noite, em mim, te procuro. Quantas são as vezes em que te encontro apenas no que resta da minha memória, só e apenas no que resta de ti na confusão do que sou. Sou uma gaveta onde se guarda tudo o que não tem lugar. Procuro-te na esperança de que ao te encontrar, me reencontre. Mas toda a minha procura é em vão, são tantos os desencontros dentro de mim. Ao perder-te, perdi-me e não voltei a encontrar-me.

Andreia Pereira

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Copo cheio, coração vazio.

Pego no copo, mais um gole. Faltam só mais alguns para o álcool me atenuar a dor. Por enquanto as lágrimas escorrem-me pela face, umas atrás das outras, atropelam-se até esbarrarem no meu vestido. Mais outro gole mas ainda te sinto a ocupar cada pensamento meu, volto então a encher o copo. Vou soltando gritos mudos, que se sufocam antes de os ouvir. Estou sozinha e, pior, estou só. Mais um copo entornado na minha alma, estilhaços por toda a parte, cortes que me rasgam até à mais profunda parte do meu ser. Só não me sentindo consigo sentir-te, é por isso que bebo, para te ter mais perto. Estando lúcida jamais acreditaria que voltavas, mas não controlo a minha necessidade em acreditar que o poderás fazer. E é por isso que mato a minha sede, para te ressuscitar em mim.

Andreia Pereira

quinta-feira, 28 de março de 2013

LOST

Olho em redor, 
o silêncio 
lembra-me 
de que estou só. 

Eles fogem-me,
aqueles que amo.
Vão embora,
como barcos
que partem
e se perdem
no mar.

Ninguém volta.
Eu não volto.
Parti,
perdi-me.
Fugi-me.

Andreia Pereira

sábado, 14 de abril de 2012

Tão perto e tão longe.

Por palavras não te sei dizer porque razão afectas tanto aquilo que sou. Acho que precisava de te olhar nos olhos, encostar a cabeça no teu ombro e ficar assim, quieta. E aí, quando o teu coração batesse no meu ouvido, quando a tua pele se juntasse com a minha, aí talvez percebesse porque razão me inquieta tanto saber que tantas estradas temos no meio de nós e que tantos caminhos levam a minha alma à tua.

(Andreia Pereira, 26 de Dezembro de 2011)

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

« Ser ou não ser? - Eis a questão. »

Preciso de um abanão na alma. Um daqueles capaz de me entornar os pensamentos e de me sacudir a tristeza. Preciso de algo que me acorde nas veias, que me rasgue a pele e me dispa do que tenho sido. Que me dispa da roupa que não é minha. Preciso de um abraço. Um abraço que me aqueça o coração e me esmague o medo. E, principalmente, preciso de mim. Mas não sei onde ando - sendo o que não sou.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Há dias que não são dias, não são nada.

Há dias em que só quero desaparecer. Não existir. Não pensar, nem sentir. Quero não querer. Nem saber. Nem nada. Há dias em que eu não sou eu e me meto doida à minha procura.