quarta-feira, 28 de junho de 2017

LOVE BURNS.

Já perdi a conta das vezes que não ficaste. Não sei se por medo ou por falta de vontade. Talvez seja porque é mais fácil fechar a porta e fugir da confusão da vida para a confusão do quarto. Foges-me à velocidade que o cigarro queima entre os teus dedos. Como fazer-te ficar quando não tenho isqueiro que te acenda, nem sou droga que te vicie? Como não querer que fiques quando sou dependente do teu abraço e ressaco na tua ausência? Ainda tenho tantos segredos para te contar mas acho que nunca vais chegar a saber das alucinações que os teus olhos postos em mim me causam. O desejo ilícito de te ter e todos os efeitos secundários do teu beijo, são a obsessão mais prejudicial que conheço. Não te peço para ficares mas espero que saibas que o que mais quero é que fiques. Já perdi a conta das vezes que não o fiz. Não sei se por medo mas sei que não por falta de vontade. Talvez seja porque me habituei a manter a porta aberta e a deixar fugir quem não sabe se quer ficar. Fumo um cigarro mas és tu que ardes em mim. É o tabaco que mata mas és tu que me deixas assim.